Estamos todos já habituados às rebeldias doutrinárias do Pe. Fábio. Dono de uma retórica extremamente poética, de boa aparência e reconhecido como cantor, Pe. Fábio sempre nos saudava com suas posições heterodoxas. Talvez não quisesse ser absorvido no conjunto dos padres que seguem, a torto e a direito, a doutrina católica. Destacou-se, então, elaborando frases de efeito de sentido duvidoso. Ocorre, porém, que, algumas dessas vezes, Pe. Fábio extrapolou e adentrou em terreno menos passível de cambalhotas sofísticas, o que lhe atraiu as atenções, não mais das fãs tresloucadas a elogiar-lhe os dotes naturais, mas dos melhores informados na doutrina católica.
Uma dessas vezes foi quando, querendo fazer poesia, Pe. Fábio afirmou que a Eucaristia encerrava o bonito significado da ausência. Ora, mas a Eucaristia é, ela mesma, presença literal. Por causa disso, acusaram-no de negar o dogma da Presença Real de Cristo. Ok.. Vamos entender que ele apenas se expressou mal.
Na mesma época e no mesmo livro, ele também afirmava coisas suspeitas sobre a Ressurreição de Cristo. Dizia que os Apóstolos perceberam a presença do Cristo na saudade. De novo, não é difícil imaginar as reações dos que, como São Paulo, diziam que, se Cristo não ressuscitou de fato, vã é a nossa fé. Concedamos mais uma vez que Pe. Fábio apenas quis fazer poesia desajeitadamente. A conclusão do nosso extremamente benévolo julgamento é que Pe. Fábio é, pelo menos, desastradinho.
Ok. Em seguida, ele havia afirmado que o socialismo, sem os excessos da união soviética, só edificava. Pe. Fábio de Melo demonstra desconhecer a natureza íntima do socialismo, bem como as reiteradas condenações que a Igreja Católica fez dessa ideologia nefasta. Então, além de desastrado, Pe. Fábio de Melo é mal informado. Surge, ainda, uma terceira conclusão: ele fala do que não sabe, mas talvez suponha saber... Isto é um mal sinal. Significa que ele não está aberto a um aprendizado real. A sua seletividade no que aprende é tal - isto é, o interesse e a simpatia é o que determinam a sua posição - que Pe. Fábio chega a chamar o branco de preto. Há algo disso no livro de Isaías. Mas, deixa quieto.
No entanto, desta última vez, Pe. Fábio de Melo não nos deixa espaço para continuarnos com nossa boa vontade em forçar a barra para não vermos heresia. Ele fez questão de nos vedar este caminho ao deixar claro, claríssimo, que, de fato, as heresias lhe saltam da boca. Na mais recente entrevista que ele deu à Marília Gabriela - que, por sinal, vai ao ar hoje -, Pe. Fábio diz o que segue:
"Não adianta pregar a fé com elaborações teológicas. É preciso praticar a caridade. Não importa se você é católico, evangélico, espírita ou de outra religião. Se estiver disposto a amar alguém junto comigo, já somos irmãos. Jesus não queria a Igreja, queria o Reino de Deus, mas a Igreja foi o que conseguimos dar a Ele. Não sou adepto de uma fé que idiotiza. Sou adepto de uma fé que faz pensar: 'quem somos nós?'"
Analisemos parte por parte.
"Não adianta pregar a fé com elaborações teológicas. É preciso praticar a caridade."
Provavelmente, Pe. Fábio não leu a encíclica Fides et Ratio do Papa João Paulo II, nem tampouco aCaritas et Veritate, do Papa Bento XVI. Talvez nem tenha uma idéia clara do que a Igreja chama de "caridade". Parece ele estar se referindo à idéia vaga do que as pessoas, hoje em dia, chamam de amor, um tipo de atitude sentimentalóide que condena a priori quaisquer afirmações inequívocas e claras, pejorativamente taxadas de intolerantes. Ou seja: um amor que faz pouco caso da verdade, pois, enquanto esta distingue e separa, o amor uniria. Percebam que é a primazia da vontade sobre a razão. Deste modo, você pode seguir qualquer maluquice, desde que ame... E é por isso que ele continua: "Não importa se você é católico, evangélico, espírita ou de outra religião". Ou seja, pode ser do que for, do candomblé, mórmon, testemunha de jeová, etc. Como não são as doutrinas o que veramente importa, então é possível ser adepto de qualquer coisa. Ninguém vê o absurdo disso? E ainda dizem que ele é inteligente.
"Se estiver disposto a amar alguém junto comigo, já somos irmãos." Isso mesmo, e o batismo que se exploda, né? Exatamente...
Mas o melhor vem agora:
"Jesus não queria a Igreja, mas a Igreja foi o que conseguimos dar a Ele". Sério? Vejamos: "Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra eu edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela." Será que Pe. Fábio pulou esse trecho? Jesus fala aí de "minha Igreja". Portanto, Ele quis SIM uma Igreja, esta Igreja que São Paulo chamou de "coluna e fundamento da verdade". Porém, Pe. Fábio parece conhecer algum tipo de história alternativa, provavelmente inventada imaginativamente já que a história real não se harmonizava com os seus desejos.
"Queria o Reino de Deus, mas a Igreja foi o que conseguimos dar a Ele." Oh, quão frustrante deve ter sido Jesus querer estabelecer o Reino de Deus aqui e, ao invés disso, nós darmos a Igreja a Ele. Pois é, Jesus: previsão errada. Não deu certo. Contudo, a verdade é que o Reino de Deus é o próprio Cristo, conforme Ele mesmo dizia: "o Reino de Deus já está entre vós". Ora, a Igreja é Corpo de Cristo e, portanto, é um só com Ele. Conhecidíssima a passagem em que São Paulo, caindo do cavalo, pergunta de quem é aquela voz, ao que escuta: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues", sendo que Paulo perseguia à Igreja. Portanto: Cristo e a Igreja, assim como o Esposo e a Esposa, são um só. A conclusão se expressa, então, desse modo: Reino de Deus = Cristo. Cristo + Igreja = Cristo total. Reino de Deus = Igreja. A Igreja não é criação nossa; o próprio Cristo a formou e ela, longe de ser uma realidade de segunda categoria para diminuir a frustração divina, é perfeitíssima e é a Esposa sem mancha do Cordeiro.
Afirmar que a Igreja é uma mera criação humana é o mesmo que dizer que toda a sua doutrina está passível de erro, pois seria fruto da interpretação do homem, e, não sendo o homem um ser perfeito, nada mais fica seguro na teologia. A Igreja estaria, então, equiparada a todos os demais movimentos religiosos e não poderia ter a pretensão de pregar a verdade. Seria somente mais uma tentativa de o homem alcançar a Deus pelas suas próprias forças. Essa tese já é devida e dogmaticamente condenada. Portanto, as consequências naturais da heresia do Pe. Fábio são outras heresias.
Afirmar que a Igreja é uma mera criação humana é o mesmo que dizer que toda a sua doutrina está passível de erro, pois seria fruto da interpretação do homem, e, não sendo o homem um ser perfeito, nada mais fica seguro na teologia. A Igreja estaria, então, equiparada a todos os demais movimentos religiosos e não poderia ter a pretensão de pregar a verdade. Seria somente mais uma tentativa de o homem alcançar a Deus pelas suas próprias forças. Essa tese já é devida e dogmaticamente condenada. Portanto, as consequências naturais da heresia do Pe. Fábio são outras heresias.
E, por fim, Pe. Fábio de Melo, insinua algo misterioso: "Não sou adepto de uma fé que idiotiza. Sou adepto de uma fé que faz pensar: 'quem somos nós?'" Bem, como se perguntava o Kiko: "o que será que ele quis dizer?".
Dá pra supor. Vejam só: "sou adepto de uma fé que faz pensar: 'quem somos nós'?" Pe. Fábio parece ser adepto daquela corrente, meio tola, que afirma que o mal da pergunta é a resposta. Portanto, o papel da Fé não seria dar a resposta, mas fazer 'questionar'. Seria mais de desconstrução que de construção. O oposto desta atitude 'questionadora' seria a 'idiotização' da resposta clara. Perdoem-me se eu estiver interpretando errado, mas é assim que vejo. Portanto, se a Igreja é dogmática, isto é, se diz com clareza o que devemos crer e o que devemos negar, na visão de Pe. Fábio, a Igreja tradicional seria voltada para... idiotas? Aqueles que professam integralmente a Fé Católica seriam... idiotas? Seriam os doutores e santos da Igreja... idiotas?
Não ouso afirmá-lo. Pe. Fábio talvez tenha querido dizer outra coisa. Enfim, vamos dar a ele mais essa última benevolência. Ficamos assim: Pe. Fábio é desastradinho, mal informado, imaginativo, herege e... convencido, por crer saber o que não sabe. Porém, se você for tentar convencê-lo disso, e pedir que se retrate, provavelmente vai ouvi-lo cantar: "sou humano demais pra entender..."
Fonte: Anjos de adoração- Fábio GRAA
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