Prezada D, salve Maria,
"Mãe de meu Senhor" (S. Lucas, I, 43)
Os sacramentos de Cristo são os sacramentos da Igreja Católica! Quem faz distinção entre Cristo e sua Igreja incorre em grave erro.
Sendo a Igreja Católica a Igreja de Cristo, somente ela tem os meios de salvação instituídos por Cristo, e a verdade confiada aos Apóstolos para sua expansão e continuidade.
Assim, o Sacramento do Matrimônio só produz efeito na Igreja Católica, pois as seitas protestantes não fazem o que o Cristo ensinou, conseqüentemente permitindo o divórcio, condenado expressamente no Evangelho:
"Foi também dito [aos antigos]: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério. " (S. Mateus, 5, 32)
Alguns sacramentos dos hereges e cismáticos são válidos, porque mantiveram a matéria e a forma e a intenção da santa Igreja, como o Batismo.
Mas não se deve pretender substituir nunca os sacramentos da Igreja por esses outros, senão em caso de grave necessidade, pois apesar de válidos, são ilícitos. No caso do Matrimônio, não se pode nunca receber a "benção" nupcial de um "pastor" protestante.
O casamento representa a união de Cristo com sua Igreja, daí seu caráter santo, como salienta o Apóstolo:
"As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, semruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. "(Efésios, V, 22-28) Daí o marido só poder ter uma esposa, pois só há uma Igreja esposa de Cristo.
Como soam estranhas essas palavras no mundo de hoje! Porém, são palavras da verdade.
O casamento é celebrado pelos noivos, e não pelo sacerdote. Daí a mulher vestir-se essa única vez na Igreja como sacerdotisa. Porém, o padre abençoa o casamento e lhe confere a graça sacramental. Se não se casarem na Igreja, os noivos estarão casados pela lei natural, mas não terão recebido o sacramento, incorrendo portanto, em pecado.
Um casamento "por amor" só pode acabar em divórcio... Pois o que se chama hoje de "amor" é na verdade paixão, atração física, e não o verdadeiro amor. Pois o verdadeiro amor é o querer o bem do outro. A paixão é passageira, e visa a satisfação do bem próprio. Quando um cônjuge não satisfaz mais o outro, separa-se e busca novas - e pecaminosas - núpcias, novos "amores", que logo também passarão...
O verdadeiro amor exige o sacrifício. O principal sacrifício que se espera dos casais é que aceitem os filhos que Deus lhes dá, não os evitando (pelos métodos artificiais, condenados pela Igreja) nem os eliminando (pelo aborto criminoso), mas os criando na lei de Deus e da Igreja, para povoarem o céu. Um outro sacrifício é que os cônjuges se apóiem mutuamente, principalmente nos momentos mais difíceis.
A procriação é, portanto, a finalidade número um do casamento. A ajuda mútua entre os cônjuges é finalidade secundária.
Num caso extremo, os noivos podem se casar sem a benção do padre, pois são eles os sacerdotes do sacramento, e o casamento é um direito natural do homem. Assim, se dois noivos se encontram numa ilha deserta, sem padre nem ninguém mais por perto, é claro que podem se casar, exercendo seu direito natural. E tendo casado nessas condições, estão casados, não podendo mais haver separação.Casos menos extremos que esse devem ser analisados pela Igreja - deve-se consultar um padre, pois estamos respondendo apenas em tese - mas é difícil que num mundo "globalizado" como o de hoje não seja possível a um casal encontrar um padre que faça o casamento.
Esperando tê-la respondido, despedimo-nos,
In corde Iesu et Mariae
Marcos Libório
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